quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Águas de Castilho: transbordando desrespeito


Após ler uma noticia no site Portal Castilho na qual tratava sobre um vazamento no reservatório de água do bairro Nova Iorque, fui tomado por uma inquietação que culminou neste texto. Segundo o site, o problema não é novo e está já há algum tempo ocasionando o desperdício de milhares de litros d’agua, trazendo transtornos aos moradores locais.
O que me ocorre é: como que uma empresa que cobra taxas abusivas sobre um recurso que é essencial para a vida trata o mesmo com tanto descaso? Falo isso não só pelo fato ocorrido no bairro Nova Iorque, mas por ser um cidadão castilhense que também depende dos serviços prestados pela mesma. Falo como cidadão que abre a torneira e, ao invés de água, sai ar ou, às vezes, a água está tão branca que me pergunto se tem vaca escondia no subsolo, sem contar o transtorno que tenho todo mês com a leitura, já que o hidrômetro zangado de tanto trabalhar não possibilita que a conta seja impressa no ato da medida.
As minhas reais intensões com este texto é de alertar, de provocar uma reflexão sobre uso não consciente da água, recurso este indispensável à vida. Alguém se lembra daquela música do Guilherme Arantes, que tem um trecho que diz: “Terra, planeta água, Terra, planeta água, Terra, planeta água.” Pois bem, a Terra tem sua superfície coberta por cerca de 70% de água, mas não se engane com os números, pois somando toda água existente do planeta em um total de 100% veremos que 97,3% é água salgada e 2,7% água doce, o que já seria uma porcentagem pequena, mas não para por aí. Fracionando essa água doce existente entre geleiras, aguas subterrâneas, rios, lagos e atmosfera o que nos resta são apenas 0,007% dessa imensidão azul.
É por isso que se deve ter uma atitude responsável no que se refere à preservação da água e isso vale tanto para cidadão comum como para grandes empresas. De acordo com o Atlas de la mondialisation (2008) cerca de 70% da água potável do mundo é utilizada com agricultura, 20% na indústria e 10% no uso doméstico. Citarei alguns exemplos da utilização da água em nosso dia a dia e que podem ser minimizados com um pouquinho de boa vontade. De acordo com a Sabesp: Um banho de ducha de 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água. Escovar os dentes em cinco minutos com a torneira não muito aberta, gasta 12 litros de água. Ao lavar o rosto em um minuto, com a torneira meio aberta, uma pessoa gasta 2,5 litros de água. Uma bacia sanitária com a válvula e tempo de acionamento de 6 segundos gasta de 10 a 14 litros. Numa casa, lavando louça com a torneira meio aberta em 15 minutos, são utilizados 117 litros de água. Ao molhar as plantas durante 10 minutos o consumo de água pode chegar a 186 litros. Ao lavar um carro com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 216 litros de água. Atenção aos pequenos vazamentos àquelas gotas que insistem em pingar da torneira da cozinha significa um gasto extra de 46 litros por dia. 
E aí, Águas de Castilho? Se uma torneira pingando gasta 46 litros por dia, quanto não está gastando o vazamento lá no reservatório do Nova Iorque? E quem vai pagar a conta?

Algumas de nossas ações do dia a dia podem ser policiadas e até mudadas. Estas ações envolvem certos hábitos e atos inconscientes (ou não) que, aos nossos olhos, não são prejudiciais a ninguém, mas que, somadas aos atos e hábitos de tantos outros bilhões, podem prejudicar a todos. Ações simples como um “bom dia”, um acenar de mão, um gesto de solidariedade, não jogar o lixo nas ruas, fechar uma torneira, entre outros tantos, faz toda a diferencia no final. Fica a dica!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Autorretrato (Mario Quintana)


No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...



e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Campo de trigo com corvos (Vincent Van Gogh)



" O amor pela arte não é uma expressão exata; devemos falar em fé - naquela fé pela qual morreram os mártires." Gachet. 




"A morte pode estar no final de uma simples pincelada
corvos trazem mal presságio
 A tempestade se aproxima
 mas a tormenta já chegou para mim há muito tempo
O assustador barulho do vento,
As nuvens negra
um caminho interrompido 
um outro que não sei aonde vai dar
A loucura... 

O que me consola são estas tintas
 estes pincéis
estes dia de trabalho intenso
O que me conforta é saber que existirei para sempre dentro destas telas

e que comoverei as pessoas com o meu trabalho."

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Releitura

       Bananal (Lasar Segall)
                                           releitura: da senzala à favela (Rodrigo)



                                          Abaporu (Tarsila do Amaral)
                                           releitura: Leelaporu

domingo, 30 de junho de 2013

Manifestações

 Compartilho com vocês duas de uma série de três obras inspiradas no que vem acontecendo pelo país e deixo para que você tire suas impressões e comentem a respeito de cada uma.



Mãos da desordem



Quem são eles?

terça-feira, 23 de abril de 2013

Geografia acadêmica X Geografia escolar



Ao longo do período como graduando do curso de Geografia e este curto período como docente, pude perceber algumas disparidades entre a Geografia produzida na universidade e a reproduzida nos bancos escolares. No entanto devemos levar em conta que esses saberes não são iguais, pois cada um apresenta sua própria dinâmica e percurso histórico.
Deve-se analisar a relação entre conhecimento cientifico e escolar e o distanciamento entre os dois. Percebe-se que o conhecimento cientifico é especifico e o conhecimento escolar é didático, ou seja, o segundo deve transformar o primeiro em algo ensinável e aprendível e é ai que se dá o distanciamento entre ambos. Vejamos: se o segundo transforma o primeiro em algo didático e ensinável este provocará no primeiro profundas transformações que ao chegar aos estudantes será um novo tipo de conhecimento.  E é ai que mora o perigo, pois o conhecimento se torna arma, alvo de interesse das classes dominantes e meio de manipulação das massas. 
No caso da Geografia principalmente já que é oriunda de interesses dominantes, os Estados-Maiores como dizia Yves Lacoste. O que tenho percebido é que muito dessa Geografia tradicional (enciclopédica) e positivista ainda permanece presente nos bancos escolares. Nota-se que o material didático que chega às mãos de professores e alunos tem forte resquício de uma geografia ultrapassa, mas que se mantem atual quando se tem por objetivos atender interesses capitalistas. Não é que não seja importante dominar essa geografia, mas o primordial, e o papel do conhecimento tanto cientifico quanto escolar é de construção critica capaz de transformar a realidade.